quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Olhares

Alfred Eisenstaedt, Paris, 1963  
Crianças assistindo história de São Jorge eo dragão no teatro de fantoches nas Tulherias. Revista VIDA. Agarrando! não um livro de imagens, mas exatamente a reação uma história maravilhosa deve começar


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. 
Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. 
Depois reabro e continuo a viagem. 
Gosto do barulho das páginas sendo folheadas. 
Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: 
A lombada descascando, o volume ficando meio 
ondulado com o manuseio. 
Tem gente que diz que uma 
casa sem cortinas é uma casa nua. 
     Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.
Martha Medeiros
 

Registrando


A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso.
Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. (…) Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. 
Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender.
Ana Jácomo

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PSICOTERAPIA EM CONJUNTO- Jorge Trevisol

Filosofia e auto-reflexão
 Trevisol abriu o evento cantando, e logo em seguida mergulhou, de maneira bem humorada, nas definições psicológicas e filosóficas que tanto interessavam aos expectadores. “A divisão maior da sociedade não está entre pobres e ricos, mas sim entre os distraídos e os que são atentos aos sinais. Os que estão mais atentos conferem sentido as coisas que acontecem ao seu mundo, se mantém alertas, enquanto os distraídos as vezes simplesmente veem a vida passar, entregam-se demais ao acaso.”, disse, pregando que a autoavaliação é um exercício indispensável para quem busca conhecer a si mesmo.
Andando pelo palco, sem economizar gestos e trejeitos, com seu sotaque no melhor estilo descendente de italianos, o psicoterapeuta orientou o público a observar melhor as pessoas de seu convívio mais próximo. “Quer saber quem você é? observe quem é que vive ao seu lado, quem está sempre com você; analise que livros você lê, que filmes você assiste; isso revela muito sobre sua alma.”
Ele salientou a importância de monitorarmos nossos pensamentos para que possamos viver com equilíbrio. Em síntese, explicou que atraímos aquilo que pensamos. “Pessoas tristes atraem pessoas tristes e duas pessoas tristes as vezes dão muito certo, até que um deixe de ser triste. Isso porque um triste não suporta a felicidade do outro, a felicidade do outro machuca”.


Relação entre casais, e o poder do beijo

Entre os diversos conselhos e ideias repassadas durante a palestra, Jorge Trevisol deu uma explicação a respeito dos indivíduos que vivem em constante conflito. “Com quem você mais briga é com quem você mais se parece; é que você enxerga no outro a parte de você que mais lhe incomoda; casais que brigam muito não se separam, eles se amam, mas ao mesmo tempo estão machucados. Por um lado não conseguem conviver direito, mas por outro não conseguem se afastar, não conseguem ficar longe um do outro.”
Numa relação a dois, é importante que haja certo consenso em relação à irritação, defende Trevisol. “Quando um homem está passando por um momento difícil, com raiva e vontade de brigar, a parceira deve ter compreensão para ouvir aquele monte de reclamações que podem vir. E o mesmo vale para o caso contrário, o homem também deve ser paciente em relação às angústias de sua companheira. O importante é ter um ouvido amigo, que ouça nossas preocupações e que tente nos ajudar mesmo nos momentos de raiva.
Com bom astral, o psicólogo fez o público rir ao trazer a tona, de forma descontraída, problemas corriqueiros e recorrentes na vida de muitas pessoas. “As terapias de casal acontecem, principalmente, quando os casais brigaram tanto dentro de casa que se cansaram da situação, e recorrem a um terapeuta, um terceiro, para decidir quem tem a razão”, brincou, continuando. “Mas quem faz terapia de casal o faz porque ama. A briga de muitos casais ocorre pois carregamos um ódio oculto, um sentimento que  dói e que queremos extravasar para nos livrar. E assim o ódio e o amor muitas vezes andam juntos,  pois a verdadeira antítese do amor é a indiferença, a perda do interesse, quando a vontade de compartilhar em um relacionamento acaba”.
Á nível de curiosidade, o psicoterapeuta citou um estudo realizado nos Estados Unidos, indicando que os casais que se beijam antes de ir para o trabalho, e também quando voltam, têm menos chances de adoecer. “O beijo, neste caso, funciona como um símbolo de proteção, que faz com que deixemos o interior dos nossos lares com mais coragem para encarar os desafios do mundo exterior”.


Doenças da Alma: Depressão, estresse, bipolaridade, etc

Dois dos problemas mais comuns na atualidade, depressão e estresse, também foram abordados. O primeiro foi classificado por Trevisol como síndrome mais comum às mulheres. “É a dor que vai à sutileza da alma, uma característica de quem guarda as coisas, não exterioriza seus problemas. É também um mal de quem não sai de casa, de quem se fecha para o mundo exterior”. Sobre o segundo, ele alertou: “O estresse é doença com tendência masculina, é coisa de quem quer fazer, fazer, fazer; o estressado volta pra casa, mas a cabeça dele parece estar em outro lugar, presa em problemas e preocupações”.
Juntamente com a depressão e o stress, a bipolaridade também entrou em pauta, sendo definida como a doença da moda por Trevisol. “Você entra num consultório terapêutico e vai sair de lá, quase com certeza, tendo esta síndrome diagnosticada.  Na verdade somos todos nós, seres humanos e sensíveis, bipolares, pois a vida não é sempre linear e estável, mas sim uma roda gigante com altos e baixos”.
O palestrante também falou da raiva, que está presente nas nossas vidas em diferentes formas. “A raiva nos é necessária em pequenas doses, para ajudar a manter nossos projetos e para enfrentar os obstáculos. Ansiedade é a mesma coisa, precisamos um pouco dela para estar atentos.