Sinto-me
como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já
não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Já
não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos
inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
As
pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se
escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... tenho sede de tudo.
Sem
muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito
humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não
se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
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